domingo, 27 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

tanto



o dia
voa
como
pensa
mento

nem bem
abro
os olhos
e tudo
tem seu
tor
mento

a tarde
 chega
mansa 
sem
ressenti
mentos

amanhã
é o céu 
que me dá
alento

pensando bem

hoje
já faz
tanto
tempo

.
.
.


 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

um dia



basta um dia
pra que seja
tanto
 
não um dia só
desses que não
causam espanto
mas um que se
transforme
em muitos

 um dia
em que renove
as horas
um que 

dure a cada
minuto
 

a todo tempo
desde que 

esteja agora
basta um dia
um dia apenas
e que seja lento
 
mas que nele
caiba todo o
movimento
em que

a vida se
desloque no
passar do
vento




quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ave, marinha!



ave,  marinha!


cheia de garça:


pescai por nós,


oh, pescadores!



 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

estrelar

nem 
se chega
a uma estrela
quando
se quer

apenas de
onde quer
que se
olhe

uma estrela
qualquer
com um
olhar 
e outro
se colhe

de onde 
quer 
que se chova
uma que
num olho
se molhe

 uma
que no céu
se mova

num

lampejo
anos-luz
que num 
piscar
se recolhe


"a noite 
me pinga uma estrela no olho 
e passa" 
(paulo leminski)


acontece



nada
é pra
sempre

tudo
ainda
 é o 
que
 vai 
acon
tecer

 cedo 
ou
tarde

 até 
anoi
 tecer 

domingo, 20 de fevereiro de 2011

solitaire

la mer
le temp
l’hiver
le vent

un amour
une fleur
une douleur
qui me font
pleurer

et je pleure

la lumière
de soleil
un bateau
à mon coeur

je suis seul
je n’existe pas

un oiseau
dans le ciel
qui vole
doucement
c’est moi.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

falar


falar

lançar
a palavra
 no ar

fazer
com ela
um trato
de efeito

dizer
pouco
ou tudo
o que tem
direito

dar
um nó
na voz
de não
ter mais
jeito

falar
falar
falar

até
faltar
ar
no
peito

domingo, 13 de fevereiro de 2011

girassol


o girassol quando do cobre
 a sua cor transporta
febre igual de fogo breve
luz de pele incendiada
este delira o seu roçar de 
coisas leves

respira quente 
seu vibrar e calor
como quem prima
de força constante

o amarelo 
que carrega infinito
na boca do dia incessante
posto que é feito de 
pétalas e tardes

a pálida corola que sustenta
a epiderme exposta e ardente

o sol ainda queima multifacetado
e teima em sua majestosa proeza

o girassol, deus de ouro e silêncio
acata humildemente
a sua nobreza

sábado, 12 de fevereiro de 2011

rima



a poesia
tem tesão


tem fim
tem não
tem sim
tensão


tem amar
e mar
tem calor
e dor
tem perdão
e paixão
tem amor
e flor
tem marasmo
e espasmo

rimar
é fazer
a poesia
ter orgasmo

alga

clique no poema

ever




clique no poema

vem caindo



o
o
r
v
a
l
h
o
c
a
i
s
e
r
e
n
o


confessional

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

haikais



brincam às pencas
na brisa desse verão
tenras avencas

...

fruta madura -
quando verde no pé
quem te cura?



...


a vida é um sarro
viemos pó e água
voltamos barro



...

lua alta:
na intenção de alcançá-la
um grilo salta


...






 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

reclame

ou clame
e me ame
ou me abandone
ao meio-dia

ou me mande
um e-mail
me odiando
em agonia

ou me mande
me amando
uma mínima
melodia

contratempo




lá fora o tempo vai como pensamento
aqui dentro tudo acontece
nesse nada nenhum que o tempo tece

- quando o vento passa a vida arrefece!

a vida se leva na flauta:
quanto tempo se passou?
o que restou: lá fora vai o que falta


vida

o sol
contra
o vidro
da janela


contra
a janela
o vento


(dentro  
e fora dela, 
contudo)

a vida
entra
a favor
de tudo

vidro

clique no poema

palagrafia

aonde ainda?

clique no poema

crer

clique no poema

son(h)eto

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